Os cães Spitz Alemães são descendentes de cães da idade da pedra e é a raça de cães mais antiga da Europa Central. Muitas outras raças foram desenvolvidas a partir dela. Nos países de línguas não germânicas, no extremo norte da Alemanha, em um território que atualmente pertence à Polônia, os cães Spitz Alemão Anão (“Zwergspitze”) surgiram, tendo na maioria cerca de 20 a 23cm de altura e 1,8 a 2,5kg segundo o informativo de 06/10/2020 da CBKC, sendo o menor cachorro da linhagem Spitz alemão.
Foi a elegância da raça que a ajudou a se popularizar por toda a Europa. A rainha Victoria da Inglaterra era apaixonada por eles e todo esse amor fez com que ela se tornasse uma das principais expositoras e divulgadoras da raça.
Fora da Europa, a pomerânia começou a ganhar popularidade em 1888, quando o primeiro cão foi registrado no livro American Kennel Club. Logo em seguida, em 1892, outro cachorro da raça apareceu em uma exposição de cães de Nova York. Já o reconhecimento da AKC de fato, só ocorreu em 1900, no grupo V, de cachorros tipo spitz e tipo primitivos.
As raças caninas foram desenvolvidas de acordo com as funções às quais eram destinadas, dando origem à cães de guarda, caça, pastoreio, tração de trenós e farejadores. O avanço da tecnologia tornou o trabalho dos cães dispensável, e com o estreitar dos laços afetivos entre homem e cão, alguns destes animais deixaram de se voltar ao trabalho para desempenhar a função de companhia, o que levou os humanos a considerarem mais a estética do animal, favorecendo assim, a criação da maioria das raças que conhecemos hoje.
Atualmente contabiliza-se aproximadamente 400 raças de cães catalogadas, e cada uma delas possui peculiaridades comportamentais e morfológicas.
O spitz alemão anão está sempre atento, alegre e impressionantemente ligado ao seu tutor. Possuem em sua maioria temperamento dócil, alegre, sociável e fácil de ser treinado, tornando-os ótimos cães de companhia e guarda para casa e apartamento, já que não são cães tímidos.
Se destacam pela beleza de sua pelagem, que possui subpelo em abundância dando muito volume e maciez. Em sua principal particularidade se destaca a pelagem forte e robusta ao redor do pescoço, formando uma espécie de juba, e a espessa e grossa cauda portada sobre o dorso. A cabeça fina que lembra de uma raposa, com olhos alertas e redondos, orelhas pequenas e pontudas dando a raça uma aparência atrevida e alegre.
O Spitz Alemão está sempre atento, é alegre e extraordinariamente ligado ao seu tutor. Sua natural desconfiança com estranhos e sua ausência de instinto de caça fazem dele o companheiro ideal como cão de companhia e guarda ideal para casas e fazendas. Não é nem tímido nem agressivo. Sua robustez e longevidade são seus atributos mais importantes. Com uma personalidade um pouco semelhante à dos gatos, o lulu tende a não gostar muito de visitas e pode não interagir com elas. Mas isso não quer dizer que ele não goste das pessoas, ele apenas tende a não ligar muito para quem não é da família.
Ele é um excelente companheiro para as famílias, por criar fortes laços com os tutores. Entretanto, por serem muito pequenos, as crianças podem querer brincar com o animal de uma maneira que não agrade o cãozinho, e o lulu não tem um comportamento muito delicado, e pode reagir mal. Por isso é preferível que ele esteja na companhia de adultos. Não é o cão mais indicado para crianças, embora muitos se adaptem com treinamento. Apesar de pequeno, o lulu tem uma personalidade muito forte e territorialista e por isso precisa de adestramento para conviver com outros cães. Após ser treinado, o animal se torna muito amigável e brincalhão. O adestramento é essencial para que ele se adapte bem às diferentes situações.
O início de toda a série de desenvolvimento comportamental se dá no útero. A nutrição da mãe e o ambiente onde ela vive podem gerar efeitos sobre o comportamento individual do filhote. Cadelas que tiveram restrição nutricional durante a gestação e durante a lactação geram filhotes mais emotivos e inquietos, interagem muito pouco com a mãe e o ambiente quando comparado a filhotes de mães que não tiveram restrição alimentar. Cães que foram separados de suas mães com menos de duas semanas de vida tornam-se adultos mais ansiosos e agressivos, que demoram mais para se recuperar de estímulos intensos, que apresentam muitas dificuldades de aprendizado e além disso são animais extremamente desorganizados.
O desenvolvimento pós nascimento pode variar um pouco conforme fatores genéticos, ambientais, sexuais (machos x fêmeas), entre outros, mas em um modo geral nos primeiros 15 dias de vida o filhote ainda é totalmente dependente da mãe para manter a temperatura, estimular as necessidades fisiológicas (urina e fezes) e fonte de alimentação. Após esse período, entre 15 e 20 dias de vida, os filhotes iniciam a abertura dos olhos e ouvidos.
Com o estímulo visual e auditivo, eles começam a ganhar independência da mãe e iniciam a etapa de socialização, que leva de 20 dias de vida até as 12 semanas, momento onde iniciam os padrões comportamentais da raça. É a etapa considerada a mais importante na construção do comportamento canino, fase onde inicia a erupção dos dentes, onde realiza o desmame e introdução alimentar e onde ocorre o “imprint”, que é o autoconhecimento através da convivência e interação diária. Nessa etapa o cãozinho sai do ninho, começa a se desligar da mãe e começa a desenvolver relações pessoais. É nesse período que o aprendizado se torna mais rápido e mais evoluído devido às informações visuais analisadas em outros cães e principalmente quando observam as atitudes da mãe. Quanto maior o manuseio do filhote e exposição a estímulos novos, maior é a chance de no futuro o animal se tornar um cão adulto sociável e amigável. Manuseios diários, sem movimentos bruscos e ríspidos, devem ser implantados na rotina dos filhotes. Com o intuito de promover um ambiente seguro e confortável aos bichanos, são exemplos de manejos que podem ser aplicados diariamente: escovação da pelagem, simulação da contenção realizada nos consultórios veterinários, motivação da entrada em caixas de transporte e habituação à presença de barulhos diferentes, bem como à presença de desconhecidos.
É nessa etapa também que inicia-se o protocolo vacinal e desvermifugação do filhote. O protocolo vacinal mais eficaz é aquele que é pensado e efetuado individualmente para cada animal, (seguindo as orientações do médico veterinário de confiança), mas na sua grande maioria, a primeira dose inicia-se aos 45 dias de vida, sendo estendido até mais ou menos os 4 meses de vida, quando será feita a última dose das vacinas obrigatórias como polivalente, que abrange proteção contra o vírus da Cinomose, Adenovírus tipos 1 e 2, Parainfluenza Canina, Parvovírus, leptospiras; e a Antirrábica que promove proteção contra a Raiva canina.
Muito cuidado ao expor esse filhote à desafios de imunidade durante o protocolo vacinal. Impedir que tenha contato com outros cães, locais onde passam muitos animais como pet shop, parques, praças, hotéis, entre outros, é uma forma de prevenção e cuidado com a saúde.
Durante a fase jovem adulto, que ocorre entre os 6 e 18 meses de vida, há uma série de mudanças físicas e comportamentais como: o filhote passa por um rápido crescimento, com um aumento na altura e peso, pode sofrer alterações de coloração e quantidade de pelos. Alguns filhotes ficam com a camada de subpelo extremamente pequena, o que causa certo estranhamento do tutor quanto a fidelidade da raça, mas calma, logo esse subpelo tende a crescer novamente em abundância.
O Lulu tem pelagem dupla e o pelo de cobertura (revestimento) é longo, reto, saliente e firme; subpelo (pelo interno) curto e espesso, como algodão. Cabeça, orelhas, parte da frente dos membros anteriores e posteriores e as patas são cobertas por pelo curto e denso (aveludado), o resto do corpo tem uma longa e rica pelagem. Pescoço e ombros são cobertos por uma abundante juba. A parte posterior dos membros anteriores é bem franjada, os membros posteriores são abundantemente franjados da garupa até os jarretes, a cauda é espessa.
Os Pomerânias, como a grande maioria dos cães, não exigem banhos freqüentes, por isso, banhe somente quando necessário, mantenha uma rotina de escovação de pelo menos 2 a 3 vezes por semana e sempre que necessário em estações mais quentes, o cão deve ser tosado com tesoura (nunca máquina), para melhor qualidade de vida e bem estar, especialmente devido a sua pelagem, que retém muito calor e pode ser um fator estressante em dias muito quentes, podendo ocasionar superaquecimento e óbito do pet.
O crescimento do pelo é mais lento e não há indícios que comprovem que os Lulus sofram de doenças de pele como alopecias e dermatites, apenas crescimento diferenciado em função das camadas de pelos.
No que diz respeito ao comportamento, é comum observar uma maior independência por parte do cão nesta fase. Eles podem começar a desafiar os limites estabelecidos, testando sua posição na hierarquia familiar. Além disso, é possível ocorrerem oscilações de humor, que vão desde momentos de energia extrema e brincadeiras até períodos de calma e sonolência. Mas não se preocupe, essa não é uma raça conhecida por ser destruidora, raramente destroem objetos. Eles adoram brincar mas se entendiam rapidamente, então, uma boa solução é ter muitos brinquedos para que tenham sempre com o que se distrair.
Em relação ao adestramento e obediência, os Spitz são cães extremamente espertos e fáceis de educar. No ranking de inteligência canina, desenvolvido pelo especialista norte-americano Dr. Stanley Coren, e juristas especialistas em adestramento, a raça Pomerânia ocupa o 23º lugar entre 79 raças. Será de suma importância que mantenha a educação e que defina com firmeza algumas regras de convivência, como, local certo para necessidades, local de alimentação, se poderá subir no sofá ou não, entre outros, pois nessa fase o treinamento pode se tornar um desafio ao tutor, já que o Spitz está em uma fase de aprendizado acelerado. Ignorar ou permitir comportamentos indesejados nessa fase pode resultar em problemas de comportamento mais difíceis de corrigir no futuro.
Como toda e qualquer raça, o Lulu da Pomerânia ou o Spitz Alemão, apresenta predisposição a doenças. Dentre elas: degeneração da retina e catarata, epilepsia idiopática, luxação de patela, espirro reverso, hipotireodismo, doença de Cushing (hiperadrenocorticismo), insuficiência cardíaca por persistência de ducto arterioso, displasia coxofemoral, colapso traqueal (redução do diâmetro traqueal) e alguns problemas dentários. Por isso é importante que as primeiras consultas oftalmológica, odontológica e cardiológica da raça, sejam entre 6 meses e 1 ano de vida. O acompanhamento frequente com um médico veterinário será importante para orientação de cuidados e prevenção de doenças, bem como da saúde e bem estar do meu melhor amigo.
Curiosidades do Lulu da Pomerânia:
- Popularização da raça: após o aparecimento de Boo, considerado o cão mais famoso e fofo do mundo, o pomerânia famoso da internet a raça se popularizou e alguns artistas passaram a exibir seus animais em redes sociais, como a socialite Paris Hilton. Em 2018, a raça foi considerada popular no Brasil, conquistando o 12º lugar no país.
- Sobreviventes do naufrágio do Titanic: 2 lulus da pomerânia foram salvos do naufrágio do Titanic, sendo levados escondidos nos botes 6 e 7, um deles chamava Lady e era de Nova Iorque.
- Amados por celebridades: os lulus são amados por celebridades como: Paris Hilton, Cleo Pires, Izabel Goulart, Karina Bacchi, Katy Perry e Ozzy Osbourne, Ludmilla, Ana Maria Braga, Rafa Kalimann e Zezé Di Camargo.
- Lobinhos miniaturas: o lulus da pomerânia descendem de lobos e o tamanho miniatura só se popularizou porque a Rainha Vitória trouxe vários exemplares da Itália para o seu castelo na Inglaterra.
- Fama de latir demais: lulus são cães vigilantes e têm o hábito de “cuidar” do seu ambiente e dos seus tutores, e latem, na maioria das vezes porque estão protegendo os seus. Isso é facilmente contornado quando não há incentivo por parte dos tutores.
- Mudam de cor durante o crescimento: as lulus nascem com uma cor de pelo e vão mudando com o passar dos meses e isso é considerado normal.
- Um lulu observou MIchelangelo pintar a capela Sistina: Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, o grande escultor, pintor e representante da Renascença tinha um lulu de estimação e diz a lenda que enquanto Michelangelo pintava o teto da Capela Sistina, seu cãozinho o acompanhava sempre por perto, deitado em um travesseiro de seda, de olho no trabalho do ‘mestre’.
Conclusão
O entendimento de todas as fases de vida dos cães, a sua origem e seu comportamento, são de extrema importância para uma convivência saudável e amorosa entre humanos e os cães. Tenha sempre o conhecimento e confiança em um médico veterinário para o acompanhamento do seu cão. Ele precisará de visitas regulares ao consultório, durante todas as fases de sua vida, a fim de evitar problemas de saúde e de manejo inadequado.
Aqui na Focinhos.pet temos uma equipe de médicos veterinários qualificados e preparados para lhe auxiliar e orientar a melhor maneira de promover saúde, qualidade de vida e longevidade para seu melhor amigo. Não hesite em nos contatar. Queremos fazer parte de todas as fases de vida do seu cão.
Aproveite cada estágio da vida do seu cãozinho e construa uma relação duradoura e gratificante!
Dra Rafaela Lang
Médica Veterinária