O Yorkshire Terrier é oriundo da mesma localidade do Airedale Terrier e foi visto pela primeira vez em torno dos anos 1850. O velho Terrier Preto e Castanho (“Tan”) está por trás (da formação) do Yorkshire Terrier, juntamente com outras raças como o Maltês e o Sky Terrier. O nome atual foi aceito em 1870. O Yorkshire terrier é uma raça de cães de pequeno porte originária do condado de Yorkshire na Inglaterra. Dentre as qualidades características das raças Terriers inclui-se o instinto de caça, seja por um brinquedo em casa ou um roedor no jardim, por isso foi inicialmente criada para ser rateira, mas logo se percebeu o grande potencial para animais de companhia.

Seu físico é diminuto e proporcional, pelagem macia, lisa e comprida, lembrando o cabelo humano. A pelagem é longa, com o pelo pendendo completamente reto e uniformemente para baixo em cada lado, dividido por uma linha que se estende da trufa à extremidade da cauda. Os animais são muito compactos e elegantes, portados muito verticalmente, conferindo um ar importante e até imponente. A personalidade é destemida, carinhosa, versátil e independente fazendo com que a raça se tornasse muito popular por todo o mundo. Lembram da Vida, a Yorkshire da modelo gaúcha Gisele Bündchen?

A origem da raça é do final do século XI, quando os servos tiveram permissão de criar cães, mas estes deveriam ser pequenos o suficiente para não caçarem, visto que a classe servil não teria direito de realizar caçadas dentro dos domínios senhoriais.

Os York vivem em média 12 anos, têm peso aproximado entre 2,3 e 3,5kg e altura variando de 15 a 17,5cm. Tem a cabeça proporcional e reta no topo, nariz preto e olhos proporcionais, orelhas eretas e em V, as quatro patas são voltadas para a frente. A pelagem é muito fina, lisa e longa e pode atingir 37cm, com crescimento permanente, dividida por uma risca em seu dorso, fato esse que confere ainda mais similaridade ao cabelo humano. A coloração deve apresentar os tons azul-aço (cinza brilhante, quase preto) e fulvo (amarelo tostado, quase caramelo).

A fase de filhote: o desenvolvimento pós nascimento pode variar um pouco conforme fatores genéticos, ambientais, sexuais (machos x fêmeas), entre outros, mas em um modo geral nos primeiros 15 dias de vida o filhote ainda é totalmente dependente da mãe para manter a temperatura, estimular as necessidades fisiológicas (urina e fezes) e fonte de alimentação. Após esse período, entre 15 e 20 dias de vida, os filhotes iniciam a abertura dos olhos e ouvidos. Com o estímulo visual e auditivo, eles começam a ganhar independência da mãe e iniciam a etapa de socialização, que leva de 20 dias de vida até as 12 semanas, momento onde iniciam os padrões comportamentais da raça. É a etapa considerada a mais importante na construção do comportamento canino, fase onde inicia a erupção dos dentes, onde realiza o desmame e introdução alimentar e onde ocorre o “imprint”, que é o autoconhecimento através da convivência e interação diária.

Nessa etapa o cãozinho sai do ninho, começa a se desligar da mãe e começa a desenvolver relações pessoais. É nesse período que o aprendizado se torna mais rápido e mais evoluído devido às informações visuais analisadas em outros cães e principalmente quando observam as atitudes da mãe.

Quanto maior o manuseio do filhote e exposição a estímulos novos, maior é a chance de no futuro o animal se tornar um cão adulto sociável e amigável. Manuseios diários, sem movimentos bruscos e ríspidos, devem ser implantados na rotina dos filhotes. Com o intuito de promover um ambiente seguro e confortável aos animais, são exemplos de manejos que podem ser aplicados diariamente: escovação da pelagem, higienização dos dentes,  simulação da contenção realizada nos consultórios veterinários, motivação da entrada em caixas de transporte e habituação à presença de barulhos diferentes, bem como à presença de outros humanos e pets desconhecidos.

É nessa etapa também que se inicia o protocolo vacinal e desvermifugação do filhote. O protocolo vacinal mais eficaz é aquele que é pensado e efetuado individualmente para cada animal, (seguindo as orientações do médico veterinário de confiança), mas na sua grande maioria, a primeira dose inicia-se aos 45 dias de vida, sendo estendido até mais ou menos os 4 meses de vida, equivalente às 16 semanas de vida, quando será feita a última dose da vacina polivalente, que abrange proteção contra o vírus da Cinomose, Adenovírus tipos 1 e 2, Parainfluenza Canina, Parvovírus, Leptospiras. Também como vacina essencial temos a vacina da gripe que protege contra Traqueobronquite Infecciosa canina e a antirrábica que promove proteção contra a Raiva canina.

Muito cuidado ao expor esse filhote à desafios de imunidade durante o protocolo vacinal. Impedir que tenha contato com outros cães, locais onde passam muitos animais como pet shop, parques, praças, hotéis, entre outros – é uma forma de prevenção e cuidado com a saúde.

A fase jovem adulto: ocorre entre os 6 e 18 meses de vida e há uma série de mudanças físicas e comportamentais como: o filhote passa por um rápido crescimento, com um aumento na altura e peso, pode sofrer alterações de coloração e quantidade de pelos. É importante manter uma frequência de escovação do pelo de no mínimo 2 vezes na semana ou conforme a necessidade.

No que diz respeito ao comportamento, é comum observar uma maior independência por parte do cão nesta fase. Eles podem começar a desafiar os limites estabelecidos, testando sua posição na hierarquia familiar. Além disso, é possível ocorrerem oscilações de humor, que vão desde momentos de energia extrema e brincadeiras até períodos de calma e sonolência. Mas não se preocupe, essa não é uma raça conhecida por ser destruidora, raramente destroem objetos. Eles adoram brincar, mas se entendiam rapidamente, então, uma boa solução é ter muitos brinquedos para que tenham sempre com o que se distrair. Mas em contrapartida, são conhecidos popularmente por latir em excesso, por isso, manter o gasto de energia com rotinas bem estabelecidas de passeios diários, brincadeiras, horários específicos para as refeições, e ainda auxílio de uma creche, também é super válido na rotina. O vínculo com familiares também é importante, assim como a rotina, pois traz segurança e autocontrole, deixando o pet mais tranquilo, menos propenso a ansiedade e estresse, pois ele reconhece e antecipa os acontecimentos da casa.

Esse período também é marcado pelo desenvolvimento dos dentes permanentes; por isso, é essencial praticar uma boa higiene oral, escovando os dentes regularmente e fornecendo brinquedos apropriados para mastigação.

Além disso, essa é a idade mais recomendada para a castração eletiva caso seja a decisão final. A melhor idade para as fêmeas é após o primeiro cio, pois é o momento em que o aparelho reprodutivo já está maduro e nos machos, assim que os testículos já estiverem inseridos no saco escrotal, que ocorre geralmente entre 7 e 8 meses de idade. A redução de neoplasias ovarianas e testiculares é um dos principais benefícios e motivo de procura pelo procedimento, entre outras vantagens à castração, encontram-se a redução no índice de desenvolvimento de piometras, a redução do comportamento de marcação de território, seja com urina ou agressividade, redução de fugas para acasalamento e aumento da expectativa e qualidade de vida.

A fase adulta: é marcada após os 12 meses até os 7 anos, os cães já estão acostumados com a rotina da família, compreendem os comandos aprendidos e normalmente são sociáveis, mais tranquilos e afetuosos com seus tutores e menos distraídos.

Quanto à aparência física, nessa idade a pelagem já está definitiva, a camada de subpelo já preencheu novamente e a escovação se torna ainda mais importante para manutenção da pelagem.

Além do exercício físico, eles também se beneficiam da estimulação mental, pois são animais inteligentes e curiosos e a utilização de brinquedos interativos e jogos de inteligência, podem ajudar a mantê-los ocupados e satisfeitos.

É essencial que nessa fase façamos a troca gradual da alimentação que antes era específica para filhotes de porte pequeno, e agora fornecer uma dieta balanceada e de alta qualidade, formulada especificamente para cães adultos.

Além da alimentação, é importante agendar visitas regulares ao consultório veterinário para exames de rotina, que chamamos de chuck up, vacinação, vermifugação, orientações gerais e cuidados preventivos. Monitorar a saúde e realizar exames periódicos evitam problemas e fazem com que os animais vivam muito mais e melhor, com saúde, qualidade de vida e longevidade.

A fase sênior: a partir dos 7 anos de idade ocorrem diversas mudanças físicas e comportamentais. À medida que o cão envelhece, seu metabolismo diminui, o que pode resultar em ganho de peso se a dieta não for ajustada.

Além disso, é comum observar o aparecimento de pelos grisalhos ao redor do focinho e dos olhos.

Em relação ao comportamento, os cães idosos tendem a ser menos ativos e enérgicos. Eles podem se tornar mais sonolentos e passar mais tempo descansando. O apetite também pode diminuir, tornando importante monitorar a alimentação e garantir que o cão esteja recebendo os nutrientes necessários. É comum que os cães idosos apresentem um aumento da sensibilidade às mudanças climáticas, como temperaturas extremas, especialmente o calor.

Além disso, a rotina de exercícios precisa ser ajustada para evitar exercícios excessivos. Caminhadas mais curtas e frequentes são mais esperadas do que atividades intensas e prolongadas.

Os cuidados com a saúde de um cão idoso são essenciais para garantir seu bem-estar. Consultas regulares ao médico veterinário são fundamentais para monitorar a saúde do cão e identificar precocemente possíveis problemas. Exames de sangue e urina podem ser realizados para avaliar a função dos órgãos e identificar alterações metabólicas, enquanto que os exames de imagens são importantes para avaliar alterações ósseas e sistêmicas.

Vacinação adequada, controle de parasitas internos e externos, e administração de suplementos nutricionais recomendados pelo médico veterinário são medidas importantes para manter a saúde do idoso.

Velhice deve ser vivida com saúde e bem estar, por isso, estar em constante contato com o médico veterinário fará com que o seu pet tenha muita qualidade de vida e havendo sinais de doenças, essas possam ser diagnosticadas e tratadas e o seu pet ser feliz e saudável o máximo de tempo possível.

Conclusão

O entendimento de todas as fases de vida dos cães, sua raça, origem, comportamento e suas necessidades, são de extrema importância para uma convivência saudável e amorosa entre humanos e pets.

Tenha sempre conhecimento e confiança em um médico veterinário para o acompanhamento do seu cão. Ele precisará de visitas regulares ao consultório, durante todas as fases de sua vida, a fim de evitar problemas de saúde e de manejo inadequado.

Esperamos que este guia tenha sido útil para você na Focinhos temos uma equipe de médicos veterinários qualificados e preparados para lhe auxiliar e orientar a melhor maneira de promover saúde, qualidade de vida e longevidade para seu melhor amigo. Não hesite em nos contatar. Queremos fazer parte da vida, da rotina, de todas as fases de vida do seu melhor amigo!

Aproveite cada estágio da vida do seu cãozinho e construa uma relação duradoura e gratificante!

Sheila Dalpiccol CRMV-RS 11687

Médica veterinária especialista em clínica e cirurgia de felinos

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