Aedes aegypti é um mosquito considerado vetor de muitas arboviroses (doenças transmitidas por insetos e aracnídeos, como aranhas e carrapatos), dentre elas: Dengue, Zica Vírus, Chikungunya e Febre Amarela. 

Também é considerado vetor da Dirofilaria immitis, popularmente conhecida como verme do coração, causador da Dirofilariose.

A doença pode acometer principalmente cães e gatos, além de seres humanos, portanto é considerada uma zoonose.

Esse cenário atual também gera preocupação com nossos pets e dúvida: cães e gatos também podem pegar essas doenças? Como podemos prevenir nossos animais de serem acometidos?

A resposta é NÃO. Cães e gatos, felizmente, não adquirem doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. 

O homem é o único hospedeiro vertebrado da dengue.

Doenças como zika, chikungunya e dengue não afetam o seu pet, porém,  os mosquitos da família Aedes e também pernilongos Culex pipiens  e flebótonos infectados podem transmitir a dirofilariose e a Leishmaniose.

A Dirofilarose é uma doença mais comum em cães do que em gatos. Os sintomas variam entre cansaço, desmaios e convulsões, demoram até um ano para aparecer, fase em que o tratamento da doença se mostra bastante difícil e por vezes, se torna um achado de necropsia. Por isso, ressaltamos a importância do check up anual ou semestral.

Já o parasita da Leishmaniose é transmitido aos cães e aos humanos, pela picada de insetos flebótomos fêmeas, das espécies Phlebotomus perniciosus e P. ariasi. Estes pequenos insetos de cor amarela clara vivem nos refúgios de animais, habitações, caixotes de lixo, jardins, matas, podendo ser encontrados no ambiente urbano também e alimentam-se, preferencialmente, ao final do dia. Esta doença pode se manifestar de duas formas: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar.

A leishmaniose tegumentar ou cutânea, também conhecida como ferida brava, é caracterizada por lesões na pele, podendo também afetar nariz, boca e garganta. São lesões de difícil e prolongada cicatrização e necessitam de tratamento para a melhora do paciente. A visceral ou calazar, é uma doença sistêmica, pois afeta vários órgãos, sendo que os mais acometidos são o fígado, baço e medula óssea. Sua evolução é longa podendo, em alguns casos, até ultrapassar o período de um ano e pode ser fatal.

A melhor forma de prevenir que nossos peludinhos adquiram a dirofilariose e a leishmaniose são:

• uso de coleiras ou pipetas anti pulgas e anti carrapatos e que repelem mosquitos como o Aedes aegypti e o Culex pipiens – existem opções no mercado pet, basta verificar qual seu pet se adapta melhor. Opções em pipetas e coleiras são as mais recomendadas e com melhor efeito de proteção;
• tenha vasinhos com citronela plantados em casa – esta planta funciona como repelente natural, mas não deve ser a única opção de prevenção;
• utilize telas protetoras em portas e janelas;
• existem vacinas contra a Leishmaniose – se você mora em em áreas de risco, converse com o veterinário sobre este recurso para prevenção, lembrando que esta vacina não é indicada para todos os pets;
• se você mora em regiões litorâneas, de alto risco para Dirofilariose, é importante conversar com o veterinário para avaliar a possibilidade de um protocolo preventivo.

Sobre o uso de repelentes, sprays inseticidas e produtos indicados para repelir mosquitos em geral, de uso humano nos animais, é totalmente contraindicado.

O uso dos produtos humanos nos pets, não é o mesmo, nem nas mesmas concentrações e podem causar desde reação alérgica até casos graves de intoxicação.

Jamais faça uso de produtos no seu pet, sem a indicação para a espécie e sem a orientação de um médico veterinário.

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Dra Fernanda R. Loss

Médica Veterinária – CRMV-RS: 10.965

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